A safra de 2015 foi quanto por cento superior a safra de 2008

SÃO PAULO (Reuters) - O Espírito Santo, segundo produtor brasileiro de café, já colheu até 20 por cento de sua safra projetada para 2015, ou cerca de 2 milhões de sacas de 60 kg, incluindo grãos arábica e robusta, afirmou nesta terça-feira um pesquisador de um instituto governamental do Estado, que normalmente responde por um quarto da produção brasileira.

A colheita no Estado, que só perde para Minas Gerais em produção, está mais acelerada este ano, uma vez que a mesma estiagem que reduziu a colheita esperada também acelerou a maturação dos grãos, disse à Reuters o pesquisador Romário Gava Ferrão, do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).

“Um pouco mais acelerado que o ano passado, uma vez que em regiões em que houve seca, associada a altas temperaturas e insolação, acelerou a maturação de maneira forçada... provocando assim, antecipação na colheita”, disse Ferrão, por email.

Além de ser grande produtor no país, o Espírito Santo é o maior no cultivo da variedade robusta, respondendo por grande parte do total colhido no Brasil.

A colheita de robusta, pelas características da variedade, também ocorre antes da do café arábica, que responde pela maior parte da safra do Brasil, o maior produtor global de café. Os trabalhos com o arábica em Estados como Minas Gerais e São Paulo apenas se intensificam nas próximas semanas.

Pela previsão de colheita do pesquisador, a safra total capixaba de 2015 ficaria em torno de 10 milhões de sacas, ante quase 13 milhões de sacas levantadas pelo Ministério da Agricultura para a produção de 2014 --desse total, quase 10 milhões de sacas foram de robusta no ano passado.

O número indicado também ficaria abaixo da atual previsão do governo federal, mas o pesquisador destacou que uma visão mais acurada da colheita de 2015 só poderá ser vista no próximo levantamento do ministério.

A safra de café robusta e arábica do Espírito Santo de 2015 foi estimada no início do ano pelo ministério entre 11,4 milhões e 12,1 milhões de sacas, ante 12,8 milhões de sacas no ano anterior.[nL1N0US0JA]

De acordo com Ferrão, a safra do Espírito Santo foi afetada por seca na floração, entre agosto e setembro de 2014, e na formação e enchimento de grãos (de dezembro a fevereiro). Além disso, as lavouras do Estado sofreram com altíssimas temperaturas e insolação elevada.

“Houve problema de fertilização das flores, formação e enchimento de frutos. Esses problemas ocasionaram menor número de frutos na planta, grãos mal formados, mais leves, defeituosos e queimados, levando à redução da produção e interferência negativa na qualidade final do produto”, afirmou o pesquisador.

De acordo com ele, a perda a ser registrada na safra atual deverá ser superior a 20 por cento, devendo ser confirmada na segunda estimativa do Ministério de Agricultura, com previsão de divulgação em 8 de junho.

Ele citou áreas de café robusta no sul do Estado como as mais afetadas pelas adversidades climáticas, com perdas de até 50 por cento.

SÃO PAULO (Reuters) - A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou nesta quinta-feira sua estimativa para a safra 2009/10 de soja do Brasil para um recorde de 65,1 milhões de toneladas, contra 64,5 milhões de toneladas na previsão de dezembro, com chuvas em bom volume nas principais regiões de produção favorecendo a safra de verão.

Em 2008/09, a produção total da oleaginosa atingiu 57,2 milhões de toneladas. A área destinada à produção de soja neste ano-safra apresenta um crescimento de 6,1 por cento ante 2008/09, para 23 milhões de hectares.

Segundo a Conab, essa é a segunda maior área cultivada com o grão, atrás dos 23,3 milhões de hectares plantados em 2004/05.

“O Instituto Nacional de Meteorologia-INMET prevê chuvas acima do normal, situação que poderá beneficiar as lavouras (...). Para a safra que está sendo cultivada, as chuvas ocorridas até o mês de dezembro beneficiam o desenvolvimento e o crescimento das plantas”, disse o órgão do governo.

O aumento da área de produção é observado em todos os Estados que produzem a oleaginosa, com destaque para o Paraná, onde a estimativa é de um crescimento de 313,3 mil hectares (total de 4,4 milhões), seguido do Mato Grosso, com alta de 311,2 mil hectares (total de 6,1 milhões).

O Mato Grosso lidera o ranking de produção nacional, com um volume estimado em 18,65 milhões de toneladas, seguido do Paraná com 13,28 milhões.

As exportações em 2009/10 estão previstas em 25,9 milhões de toneladas, e o esmagamento em 32,9 milhões.

Já a produção total nacional de milho em 2009/10 foi projetada em 50,5 milhões de toneladas, leve alta ante a estimativa anterior de 50,1 milhões de toneladas. Na temporada passada foram produzidas 51 milhões de toneladas

A área destinada ao plantio da primeira safra de milho foi reduzida em 10,7 por cento ante 2008/09, para 8,3 milhões de hectares, devido segundo a Conab ao excesso do produto no mercado e aos preços praticados, abaixo do esperado pelos produtores.

“O menor custo por hectare comparativamente ao do milho, a maior liquidez no mercado, maior resistência a estiagem são fatores que justificam a substituição do milho pela oleaginosa”, explicou a Conab.

SEGUNDA MAIOR PRODUÇÃO

Em seu quarto levantamento para a safra atual de grãos, a Conab estimou a produção total do Brasil em 141,3 milhões de toneladas, contra 140,6 milhões na estimativa do mês passado. Essa será a segunda maior produção da história, ficando atrás apenas de 2007/08, quando o país colheu 144,1 milhões de toneladas de grãos.

A área de plantio nesta temporada está estimada em um total de 47,88 milhões de hectares, 0,4 por cento a mais do que em 2008/09.

O órgão do governo destacou entretanto que o alto índice de chuvas associado às altas temperaturas tem favorecido o aparecimento de doenças.

A safra 2009 de trigo, cuja colheita está concluída, foi levemente reduzida, passando de 5,1 milhões de toneladas em dezembro para 5 milhões. A área cultivada com trigo atingiu 2,4 milhões de hectares.

“O excesso de precipitações impediu que os produtores aplicassem o tratamento fitossanitário adequado à proteção da cultura, ficando exposta ao ataque de doenças”, destacou a Conab, afirmando que a qualidade do produto foi comprometida.

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Mariana Durão - O Estado de S.Paulo

09 de junho de 2016 | 11h24

SÃO PAULO - A produção brasileira de grãos na safra 2015/16 deve alcançar 196,49 milhões de toneladas, o que corresponde a uma queda de 5,4% (11,12 milhões de toneladas a menos) em comparação com 207,67 milhões de toneladas na safra 2014/15 . Os dados fazem parte do 9º Levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se confirmada, será a primeira queda registrada pela Conab desde o ciclo 2008/2009.

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A queda na produção é resultado de adversidades climáticas, que prejudicaram o milho primeira e segunda safras durante o ciclo vegetativo, como estiagens prolongadas e altas temperaturas. A primeira safra do cereal, que deve alcançar 26,2 milhões de toneladas, registrou queda de 3,9 milhões de toneladas. Já a segunda safra de milho, que começa a ser colhida este mês, tem previsão de 50 milhões, o que representa recuo de 4,6 milhões de toneladas. No total, a produção nacional de milho deverá diminuir 10%, para 76,23 milhões de toneladas em comparação com 84,67 milhões da safra 2014/15

A safra de 2015 foi quanto por cento superior a safra de 2008
A safra de 2015 foi quanto por cento superior a safra de 2008

Baixa em 2016 deve ser de 13,5 milhões de toneladas, o que seria a maior queda em volume desde 1990 Foto: Chico Ferreira/Futura Press

Já a produção soja, responsável por 48,7% da produção nacional de grãos, mesmo prejudicada pelo clima, registrará colheita de 95,63 milhões de toneladas, 0,6% inferior à safra passada, que foi de 96,23 milhões de toneladas.

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Para arroz, feijão e algodão, a estimativa também é de recuo na produção total, "levada a efeito pela redução na área plantada e pela estiagem ocorrida no período", diz a Conab. Entre as culturas de inverno, o trigo é destaque, com uma produção de 5,88 milhões de toneladas, 6,3% superior à safra anterior, que atingiu 5,53 milhões.

O estudo mostra, ainda, que a área cultivada de grãos em todo o país deve alcançar 58,2 milhões de hectares, o que representa um aumento de 0,4% ante a safra 2014/15, quando foram cultivados 57,9 milhões de hectares. 

IBGE. Já o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de maio, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima uma safra de 195,9 milhões de toneladas em 2016, um recuo de 6,5% em relação à produção de 2015. A nova projeção é ainda 4,6% menor do que o previsto em abril, com 9,5 milhões de toneladas a menos. Se confirmada, será a maior queda em volume (13,5 milhões de toneladas) desde 1990, quando a baixa havia sido de 15,9 milhões.

Pela primeira vez no ano, a estimativa para a produção de soja em 2016 não foi recorde. Desde 2013 a produção de soja vinha batendo recordes no País. De acordo com o gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE, Carlos Antonio Barradas, apesar do aumento de 2,7% da área plantada de soja, o produtor vai colher menos soja por causa da seca. O rendimento médio caiu 1,6% em decorrência das longas estiagens enfrentadas em vários Estados e, em especial, na região do cerrado.

"Os problemas climáticos estão afetando a produtividade", disse Barradas. A redução nas previsões de produção para a soja e o milho, em especial da 2ª safra, cuja estimativa caiu 11,1%, foram as principais influências na redução da estimativa de produção de grãos para o País em 2016.

Em relação à estimativa de abril, a previsão para a soja caiu 1,7%, somando 96,8 milhões de toneladas para o ano. Já a do milho foi 9,6% menor que a estimada de abril, para 73,5 milhões de toneladas. No caso do milho, Mato Grosso, Paraná e Goiás são os Estados que mais provocaram impacto nos dados nacionais no levantamento de maio.