Quais indicadores econômicos você conhecê o que eles indicam

Ser um investidor exige alguns cuidados para assegurar o sucesso de suas aplicações. Conhecer e acompanhar os principais indicadores econômicos é um deles. A partir dessas métricas, é possível acompanhar as variações e avaliar seus impactos sobre seus ativos. 

Existem vários tipos de investimentos que podem ser influenciados pelos indicadores econômicos, como a poupança e o LCA. Por isso, acompanhá-los é uma forma de entender o desempenho nacional e traçar estratégias mais eficientes para gerenciar sua carteira de ativos.

Quer saber por que acompanhá-los e quais são mais importantes? Então siga a leitura abaixo!

O que é macroeconomia?

Para entender a importância dos indicadores econômicos, precisamos falar primeiro sobre macroeconomia. Trata-se de um campo da Economia composto pelas decisões agregadas de todos os atores econômicos. Para simplificar a explicação, suponha que você esteja preocupado com o seu futuro.

Pensando nisso, você decide iniciar um plano de previdência privada. Portanto, toma uma decisão econômica baseada nas suas necessidades. Assim como você faz isso, todas as outras pessoas, empresas e agentes governamentais fazem o mesmo. A macroeconomia, portanto, lida com o produto de todas essas decisões.

Como funciona a divisão dos mercados?

Entender o que é macroeconomia na teoria é uma coisa. No entanto, conseguir ler o fluxo do movimento de decisões de todos os agentes econômicos é muito difícil. Para facilitar essa análise, existem os indicadores econômicos. Eles ajudam a traduzir em números os resultados das decisões coletivas.

Além disso, os indicadores econômicos são divididos em diferentes mercados. Afinal, a Economia em si pode ser segmentada em blocos distintos. Veja quais são:

  • Bens e Serviços: é a divisão da economia que lida com a produção agregada nacional e seus preços;
  • Trabalho: é composto pelos níveis de emprego, salários e oferta de mão de obra;
  • Monetário: é controlado pelo Banco Central e composto pela oferta e demanda de moeda, além da taxa de juros e estoque de crédito;
  • Títulos: são regidos pela comparação entre gastos e rendas, além da classificação e análise de agentes econômicos deficitários e superavitários;
  • Divisas: são compostos pela Balança Comercial, medindo a relação entre produtos importados ou exportados.

Os indicadores econômicos existem para facilitar a análise completa do desempenho de cada um desses segmentos da Economia. Mas de onde eles surgem? Entenda melhor a seguir.

Quem são os principais produtores dos indicadores?

Medir o movimento dos atores econômicos do país é algo complexo. Para poder compor os indicadores econômicos, no entanto, é necessário ter uma estrutura de coleta de dados robusta.

Logo, não é todo mundo que consegue compor um indicador econômico confiável. São 3 os principais produtores de índices no Brasil:

  • Banco Central do Brasil: O BCB tem regência sobre o Mercado Monetário e, portanto, é a fonte mais confiável de indicadores econômicos relacionados a ele. Uma característica básica do Banco Central é que ele tem a capacidade de influenciar e controlar os índices. Como ele define a taxa de juros Selic e pode emitir moedas, é capaz de gerenciar o volume de crédito, controlar a inflação e ter influência no nível de consumo nacional;
  • Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: O IBGE é um dos principais centros de estudo do Brasil. O Instituto desenvolve uma série de índices, incluindo econômicos. Portanto, é importante para a elaboração de políticas públicas, tomada de decisão de investimentos e muito mais. Ele também realiza o Censo Demográfico;
  • Fundação Getúlio Vargas: Uma das suas unidades, o IBRE, faz pesquisas e dissemina estatísticas macroeconômicas para entes públicos e privados.

Por que acompanhar os indicadores econômicos?

Acompanhar os indicadores econômicos é um processo essencial para quem quer otimizar suas estratégias de investimento. Por meio dessa prática, é possível avaliar um panorama mais amplo sobre os mercados, favorecendo o reconhecimento de oportunidades sobre o atual cenário.

Dessa forma, os investidores e day traders poderão contar com melhores tomadas de decisão, impactando diretamente no sucesso de suas aplicações. Além disso, os indicadores econômicos também auxiliam no processo de prever cenários de capital. Assim, é possível entender as tendências de crises e acelerações na economia dos países.

Esse acompanhamento é indispensável para traçar planos empresariais e desenvolver estratégias de investimento mais eficientes. Portanto, ao conhecer os principais indicadores econômicos, você terá um norte claro para basear suas decisões e realizar suas aplicações com maiores chances de sucesso.

Quais são os principais indicadores econômicos a acompanhar?

Um investidor precisa acompanhar uma série de índices econômicos para tomar suas decisões de forma correta. Afinal, esses indicadores ajudam a traduzir a Economia Nacional.

Então, tanto quem investe em Renda Fixa quanto quem compra ações na Bolsa deve acompanhá-los. Confira abaixo alguns dos principais indicadores e entenda como eles afetam a sua carteira de investimentos!

1. PIB

O Produto Interno Bruto é um dos mais importantes índices macroeconômicos do país. Ele mede toda a atividade econômica de uma região durante um determinado período.

Portanto, esse é um indicador de quão aquecida está a economia no lugar mensurado. Para calculá-lo é utilizada a seguinte fórmula (abaixo) que na prática representa o somatório de todas as riquezas produzidas no país.

  • PIB: C + I + G + (X-M) sendo, 
  • C – Consumo de Bens Finais
  • I – Investimentos Privados
  • G – Gastos do Governo
  • (X-M) – Exportações Líquidas (Exportações – Importações)

2. IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo é calculado mensalmente pelo IBGE. Ele é o principal índice que mede a inflação no país. Portanto, é essencial para investidores de Renda Fixa. Afinal, o movimento da inflação ajuda a ditar o comportamento do Banco Central e a rentabilidade de títulos.

O ideal é que seus investimentos sempre estejam acima da inflação ou haverá perda de valor real na aplicação. Além disso, quando a inflação sobe acima da meta, o Banco Central aumenta a taxa Selic para reduzi-la. E por falar nisso…

3. Taxa Selic

A Taxa Selic é a taxa básica de juros da economia nacional. Ela é usada como parâmetro de remuneração em títulos públicos e serve como base para outras taxas, como o CDI.

Além disso, a Selic também regula a atividade econômica nacional. Quanto menor, mais barato é o crédito e maior o consumo. Por isso, um cenário de Selic baixa estimula (mas não garante) uma atividade econômica aquecida. Quem mais se beneficia disso são os segmentos que dependem bastante do consumo via crédito, como o imobiliário e automotivo.

4. IGP-M

O IGP-M é desenvolvido pela FGV e monitora os preços de itens como bens de consumo (como alimentação, por exemplo) e produção (como matérias-primas e materiais de construção, por exemplo), além de serviços (como aluguel, condomínio, entre outras contas domésticas).

Esse indicador é divulgado sempre no fim do mês e utilizado como fator de correção para contratos de aluguel e também pelo mercado financeiro.

5. INPC

Outro indicador do IBGE que fala sobre os preços de mercado é o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Em vez de medir a inflação em si, esse índice acompanha o custo de vida de uma família com renda entre 1 a 5 salários mínimos.

Com base no INPC, podemos ter uma projeção do consumo nos próximos meses e entender como isso afeta o mercado e as empresas. Afinal, o consumo das famílias é um dos principais motores de impulsionamento do PIB e da Economia em geral.

6. PIM-PF

A Pesquisa Industrial Mensal Produção Física é desenvolvida pelo IBGE. Seu objetivo é acompanhar os índices mensais de produção da indústria nacional. É importante medir a sua produção para entender o cenário da economia, já que o setor industrial corresponde a uma boa parcela do PIB.

A indústria afeta também os índices de empregabilidade e demonstra quais setores estão mais ativos. Além da PIM-PF nacional, o IBGE também divulga a PIM-PF regional. Nesse caso, é importante para investidores da Bolsa acompanharem as regiões em que estão localizadas as empresas nas quais investem.

7. Desemprego e informalidade

O índice de desemprego é outro indicador divulgado pelo IBGE. Ele mede a quantidade de pessoas que estão fora da força de trabalho. Além disso, também mede quantas pessoas já desistiram de procurar emprego (desalentadas) ou trabalham informalmente.

Essa porcentagem indica qual a capacidade atual da economia de absorver trabalhadores. O resultado, portanto, afeta vários outros índices, como a quantidade de renda para o consumo, os gastos governamentais com benefícios e muito mais.

8. TR – Taxa Referencial

A TR (Taxa Referencial) é uma taxa bem conhecida dos brasileiros que guardam dinheiro na poupança, financiam um imóvel ou exercem sua profissão com carteira assinada.

Apesar de ser criada na década de 1990 pela medida provisória n° 294, com a intenção de se tornar uma taxa de referência para os juros praticados no país (função desempenhada pela taxa Selic), o seu papel hoje se restringe a um indicador de atualização monetária de alguns produtos de investimentos como a caderneta de poupança e contratos de crédito, como financiamentos imobiliários.

O cálculo da TR é baseado em um outro indicador, a TBF – Taxa Básica Financeira, que, por sua vez, é formada pela média ponderada das taxas de juros das negociações das LTNs, do Tesouro Nacional no mercado secundário.

O mercado secundário é onde os investidores negociam títulos entre si e não com o emissor original do papel (mercado primário), sendo que tais operações ficam registradas no sistema Selic – O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia.

9. Dólar PTAX

Dentre os índices de câmbio utilizados para o estudo do dólar futuro e do atual, a PTAX é uma das principais referências. Calculada pelo Banco Central, a PTAX representa a média das taxas de negociação praticadas no mercado intradiário, sendo aplicada como parâmetro em diferentes produtos do mercado de câmbio.

Agora que você já sabe quais são e o que significam os principais indicadores econômicos do país, fica fácil entender a importância de se manter informado sobre a movimentação desses índices e, assim, estar apto a tomar as melhores decisões de investimentos.

As próprias instituições que desenvolvem cada indicador são uma fonte de referência primária muito importante. São elas o Banco Central do Brasil (Bacen), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Outra fonte relevante de informações são as opiniões de profissionais analistas do mercado e as suas observações sobre as perspectivas de cada indicador, e sobre o país de uma maneira geral.

O melhor documento nesse sentido é o Relatório Focus — que nada mais é do que uma publicação elaborada pelo Banco Central — onde estão reunidas as análises e projeções de mais de 100 instituições participantes do mercado financeiro, demonstrando qual a visão do setor sobre a evolução de cada índice e as suas expectativas para o desempenho econômico.

Como podemos observar ao longo do artigo, o papel dos Indicadores e rastreadores de tendência é fornecer parâmetros quantitativos para análise do contexto nacional, que, na prática, representam subsídios para a tomada de decisões sobre qual a alocação de ativos mais adequada, conforme o cenário identificado.

Entender as projeções de crescimento da economia, a movimentação dos preços e a influência das taxas de juros sobre o nosso dia a dia são algumas das vantagens do estudo dos indicadores.

Quais são os outros indicadores?

Além dos principais indicadores econômicos que apresentamos neste texto, existem outros itens que também podem impactar os seus investimentos. Separamos uma lista para você.

1. PIM

O PIM (Pesquisa Industrial Mensal) é um indicador utilizado para apontar o crescimento da indústria de uma determinada região em curto prazo. Nesse indicador econômico, as avaliações são realizadas mensalmente, podendo ter uma escala regional ou nacional. Ele também pode ser medido pelo IBGE, refletindo a quantidade de produtos produzidos ao longo do tempo.

No PIM, são incluídas as indústrias extrativistas e transformadoras. Também, existem subdivisões utilizadas para desenvolver uma avaliação mais específica de acordo com o setor das empresas.

2. PNAD

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, ou PNAD, é um dos principais indicadores econômicos também feitos pelo IBGE. O instituto é responsável pela produção de inúmeros indicadores que são disponibilizados mensalmente, trimestralmente e anualmente sobre o mercado de trabalho no país. Aqui, são fornecidos dados, como: 

  • Total da população empregada no país;
  • quantidade de pessoas desempregadas;
  • taxa de ocupação;
  • taxa de desemprego.

3. CDI

O CDI é uma modalidade de empréstimos que ocorre entre as instituições financeiras. Também conhecido como Certificado de Depósito Interbancário, esse tipo de indicador econômico é fundamental para o perfil de investidor que busca aplicar seu dinheiro em ativos de renda fixa. 

Nesse sentido, o CDI pode ajudar a acompanhar o cenário econômico, norteando os investimentos oferecidos pelas instituições financeiras. Além disso, esse indicador econômico também pode servir como ferramenta de benchmark para alguns tipos de fundos multimercado.

4. TR

A Taxa Referencial serve como um índice financeiro que já foi utilizado como um parâmetro central para os juros praticados no país. Ainda que hoje esse indicador econômico não seja mais utilizado com esses objetivos, ele ainda é aplicado para outras finalidades, como a correção monetária em diversos setores.

5. Balança Comercial

Por meio da Balança Comercial, é justamente feita a união de contas de importação e exportação de um país. Por isso, esse é um dos indicadores econômicos que mais representam a situação atual de determinada região, sendo tão importante quanto o PIB. Dessa forma, o seu saldo é utilizado como referência sobre a diferença entre as importações e exportações.

Caso os valores de importação sejam maiores que os de importação, o valor do salto é considerado positivo. Caso contrário, temos um valor negativo. Esses cenários são conhecidos como superávit e déficit respectivamente.

Esses são alguns dos indicadores econômicos mais importantes para quem faz a análise fundamentalista da Economia nacional. Portanto, com eles, fica mais fácil entender o mercado e orientar suas decisões de investimento.

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