O que é doença celíaca

  • Suplementos vitamínicos e minerais

O médico dá suplementos para a maioria das pessoas com doença celíaca para repor vitaminas (por exemplo, ácido fólico) e minerais (por exemplo, ferro). Outra biópsia é realizada três a seis meses após o início de uma dieta sem glúten. Às vezes, crianças que estão gravemente doentes no momento do diagnóstico necessitam de um período de alimentação intravenosa antes de iniciarem uma dieta sem glúten.

Algumas pessoas continuam a apresentar sintomas mesmo quando o glúten é evitado. Nesses casos, significa que o diagnóstico está incorreto ou que a doença já progrediu para um quadro clínico chamado doença celíaca refratária. Nessa doença, o tratamento com corticosteroides, como prednisona, pode ajudar.

 A doença celíaca é uma condição autoimune causada pela intolerância ao glúten. Ela também pode ser chamada de enteropatia sensível ao glúten.

O glúten é um tipo de proteína encontrado em produtos como o trigo, a aveia, a cevada, o malte e o centeio, além dos grãos e tubérculos, como a batata. Ele está presente na maior parte dos pães, massas e cervejas, além de ser encontrado até mesmo em condimentos como ketchup e mostarda.

Quem tem doença celíaca deve evitar ao máximo ou suspender totalmente da dieta esses produtos.

A doença celíaca é crônica e pode afetar adultos e crianças. Toda vez que uma pessoa que possui essa condição ingere glúten, ela acaba gerando uma resposta do organismo que causa um inchaço na mucosa do intestino delgado, resultado de um processo inflamatório.

Por conta dessa alteração em sua estrutura, o intestino delgado acaba ficando incapaz de cumprir sua função, que é ingerir sais minerais e nutrientes para manter o bom funcionamento do corpo humano.

Quais os sintomas de doença celíaca?

Entre os principais sintomas de doença celíaca, podemos destacar:

– diarreia;
– constipação;
– dor abdominal;
– flatulência;
– inchaço abdominal;
– perda de peso;
– cólica;
– sensação de estufamento;
– anemia;
– queda de cabelo;
– irritabilidade; e
– lesões na pele.

Como é o diagnóstico de doença celíaca?

O diagnóstico de doença celíaca é realizado por meio de um exame de sangue que busca medir a quantidade de anticorpos na corrente sanguínea que têm como função combater o glúten.

Uma biópsia, que remove um pequeno pedaço do intestino delgado, também pode ajudar a confirmar o diagnóstico.

Como é o tratamento da doença celíaca?

A doença celíaca precisa ser tratada, porque a inflamação crônica do intestino delgado pode gerar tumores e nódulos no futuro.

O principal tratamento de doença celíaca é o cessamento da ingestão de qualquer tipo de produto que possa vir a conter glúten, por meio de uma reeducação alimentar.

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A doença celíaca é uma doença autoimune do intestino, causada por uma sensibilidade permanente ao glúten em indivíduos geneticamente suscetíveis. O glúten diz respeito a um conjunto de proteínas vegetais que conferem capacidade de absorção de água, viscosidade e elasticidade às farinhas que as contêm. As proteínas do glúten são ricas em prolinas e glutaminas, as quais são deficientemente digeridas a nível do trato gastrointestinal, sendo a gliadina a principal componente tóxica para indivíduos suscetíveis. O glúten existe no trigo, centeio, cevada e aveia.

Qual é a sua prevalência?

O desenvolvimento da doença depende de uma interação de fatores genéticos, imunológicos e ambientais. Na Europa, a sua prevalência varia entre 0,2 a 1,2% e, em Portugal, a prevalência da doença celíaca é desconhecida, existe apenas um estudo efetuado numa população de adolescentes de Braga no qual a prevalência foi de um caso num universo de 134.  

Reação ao glúten

 A ingestão de glúten em indivíduos geneticamente predispostos à doença desencadeia uma reação imune que vai causar uma inflamação crónica na mucosa e submucosa do intestino delgado, com consequente atrofia das vilosidades intestinais e repercussões na absorção dos vários nutrientes, como: 

  • Ferro
  • Ácido fólico
  • Cálcio
  • Vitaminas lipossolúveis

Várias formas de doença celíaca

Consoante a presença de sintomas, anticorpos específicos, estudo genético e as características das biópsias, a doença celíaca classifica-se em forma: 

  • Clássica
  • Atípica
  • Silenciosa
  • Latente
  • Potencial

Como é que se manifesta?

As manifestações clínicas variam consideravelmente de acordo com a idade e a quantidade de glúten ingerido na dieta. Assim, nas crianças, a forma clássica da doença celíaca apresenta-se com sintomas gastrointestinais que têm início entre os seis meses e os dois anos após a introdução do glúten na alimentação. 

Os sintomas mais frequentes são: 

  • Diarreia prolongada (mais de três semanas)
  • Desconforto abdominal
  • Náuseas e vómitos
  • Irritabilidade
  • Falta de apetite
  • Má progressão de peso
  • Atraso de crescimento
  • Obstipação

O abdómen proeminente e as nádegas aplanadas completam o aspeto característico destes doentes. Quando o diagnóstico não é efetuado atempadamente podem verificar-se situações de malnutrição.

Crianças em idade escolar

No caso das crianças em idade escolar e adolescentes são frequentes as formas clínicas; as manifestações digestivas podem estar ausentes ou ocupar um segundo plano.

Por vezes, a primeira manifestação da doença surge sob a forma de obstipação difícil de responder ao tratamento habitual, associada ou não a dor abdominal tipo cólica. Outras formas de apresentação são:

  • Baixa estatura inexplicada
  • Atraso pubertário
  • Anemia por falta de ferro e, sobretudo, resistente à terapêutica com ferro
  • Alterações do esmalte da dentição secundária

Patologias associadas à doença celíaca

Existem também uma série de doenças que estão associadas à doença celíaca. Podem surgir antes do diagnóstico da doença celíaca, manifestar-se em simultâneo ou depois do diagnóstico. Os doentes que as manifestam são considerados grupos de risco, uma vez que a sua associação à doença celíaca é muito maior do que a esperada. São os casos de doentes com:

  • Dermatite herpetiforme
  • Síndrome de Down
  • Síndrome de Turner
  • Síndrome de Williams
  • Diabetes tipo I
  • Défice de IgA
  • Tiroidite autoimune e outras doenças autoimunes

Também as pessoas que tenham familiares de 1º grau de parentesco com doença celíaca devem ser considerados de risco, pelo que devem ser rastreados para eventual diagnóstico de doença celíaca.

Avaliação diagnóstica

Nas crianças e adolescentes com sinais e sintomas sugestivos de doença celíaca, a avaliação diagnóstica deve incluir a realização de exames laboratoriais (análises de sangue) e, consoante os resultados, a realização de biópsia intestinal. As análises de sangue devem incluir a determinação do anticorpo antitransglutaminase (Ac AT) e a imunoglobulina IgA. Se o Ac AT for positivo, o doente deve ser referenciado à consulta de gastrenterologia, para complementação diagnóstica. No caso de crianças assintomáticas, mas pertencentes a grupos de risco para doença celíaca, devem inicialmente também efetuar a determinação de HLA Dq2 e Dq8 (marcadores genéticos específicos).

Outros exames de diagnóstico 

 O Anticorpo anti-endomísio (Ac AE) também pode ser utilizado para orientar o diagnóstico, mas deve ser efetuado em laboratórios com muita experiência, uma vez que a técnica de leitura depende do observador. A biópsia intestinal é efetuada através de endoscopia digestiva alta. Nesse exame, que é habitualmente feito sob sedação, são colhidos vários fragmentos do intestino delgado, que depois são orientados para o anatomopatologista, que observa ao microscópio e caracteriza a atrofia vilositária. É fundamental não retirar o glúten da alimentação antes do diagnóstico definitivo da doença celíaca. 

Tratamento da doença celíaca

O único tratamento cientificamente provado para a doença celíaca consiste em efetuar uma dieta isenta de glúten para toda a vida. Isto é, não poder ingerir os alimentos que contenham farinha de cevada, centeio, aveia e trigo. Este tratamento só deve ser iniciado após a confirmação do diagnóstico e que, na maioria dos casos, exige a realização da biópsia intestinal.

Há evidência de que pequenas quantidades de glúten na dieta não causam quaisquer sintomas imediatos no doente, mas lesam a mucosa intestinal, aumentando o risco de desenvolver cancro no tubo digestivo (carcinomas faríngeos, esofágicos, adenocarcinoma do intestino delgado e Linfomas de Hodgkin), outras doenças autoimunes, alterações do metabolismo ósseo, problemas relacionados com a fertilidade, alterações neurológicas e psiquiátricas. Razões mais do que suficientes para que a dieta seja cumprida de forma muito rigorosa.

A importância de cumprir a dieta

Felizmente, o intestino tem uma grande capacidade de regeneração pelo que, se a dieta for cumprida, vai permitir o desaparecimento das manifestações clínicas assim como a normalização da mucosa intestinal. A dieta sem glúten é a única forma de assegurar o desenvolvimento e crescimento adequado da criança e adolescente e a única forma de os proteger das complicações da doença celíaca na idade adulta.

Sabia que…

A doença celíaca é mais frequente no sexo feminino, com uma relação de três para um.