Como não sentir dor no parto normal

Como não sentir dor no parto normal

Você tem medo da dor do parto? Sente um arrepio maior ainda só de pensar na agulha de analgesia entrando nas suas costas? Saiba que não precisa desespero: hoje em dia, a temida picada não dói tanto quanto antigamente. Isso porque, antes de aplicar a substância em si, o médico faz a região adormecer com um anestésico local (uma picadinha de nada, como aquelas de dentista).A analgesia (que pode ser raquidiana ou epidural) causa a perda da sensibilidade da dor, mas os movimentos e a sensação de pressão continuam. Ela permite, por exemplo, que a gestante caminhe, dependendo da dose. As sensações de gelado, quente e ardência, no entanto, são perdidas.A seguir, duas mulheres relatam como a epidural e a raquidiana ajudaram em seus partos.

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“Quando eu estava grávida, tinha muito medo do parto normal e de tomar uma picada bem no meio da coluna para a analgesia. Mesmo assim, não queria cesárea, e deixei a minha filha dar os sinais de que queria nascer. Com 39 semanas, comecei a ter contrações. Eram cólicas bem leves, totalmente suportáveis. Aos poucos, as contrações foram ficando mais fortes e intensas. A dor aumentava. Fiquei esperando a dilatação por três horas, até que não aguentei mais e me colocaram em uma banheira com água morna. A dor era tanta que eu nem me lembrava do medo que sentia da analgesia. Tudo o que eu queria era tomar logo aquela picada! Depois de uma hora na banheira, minha médica viu que eu já estava com 7 cm. Então, ela disse que eu podia tomar a analgesia. Logo após a epidural, eu não senti mais nada: descansei por meia hora e, quando a médica veio me ver de novo, o bebê já estava saindo – e eu nem estava fazendo força! Conseguia me mexer, mas não sentia nada. Foi preciso fazer uma epsiotomia, mas também não senti o corte por causa da epidural. A recuperação foi ótima.”

Bruna, 31 anos, publicitária, mãe de Larissa, 1ano e 10 meses


 

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“Eu queria parto normal desde o começo e sabia que era comum fazer a analgesia, mas tinha medo da dor que sentiria (com a picada). No meu caso, esperamos a dilatação total, para só então aplicar a raquidiana. Foi muito rápida a aplicação e não doeu quase nada. Foi um alívio. Mas eu não sabia mais em que hora devia fazer força, porque parei de sentir a dor das contrações. Esse foi o único ponto complicado. Eu dependia do médico para me dizer qual era o momento certo de fazer força. Não demorou muito para o meu filho nascer: com um grande empurrão, o Nicholas veio ao mundo. Depois do parto, fiquei cerca de seis horas sem poder me levantar, mas deu tudo certo. Quero ter mais filhos e, se possível, de parto normal”. 

Patrícia Ramirez, 29 anos, recepcionista, mãe de Nicholas, de 1 ano

Um dos principais temores associados ao parto normal é a intensidade da dor que ele causará. Pois uma pesquisa de mestrado apresentada na Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista, mostrou que deixar a sala de parto com pouca iluminação é uma boa estratégia para aliviar o sofrimento das mulheres.

Segundo Michelle Gonçalves da Silva, obstetra responsável pela investigação, estudos indicam que a luminosidade ativa o neocórtex, região associada ao raciocínio e à inteligência. “Na hora do parto, é preciso que ocorra justamente o contrário: desativar o neocórtex e ativar o córtex primal, ou seja, aquele do lado animal, para que a gestante consiga expulsar o bebê”, completou a pesquisadora em entrevista para o Jornal da Unicamp.

Para chegar a essa conclusão, a expert filmou 95 mulheres durante e depois do parto. Elas foram divididas em dois grupos: uma parte ficou em um ambiente com luzes acesas e a outra teve o bebê com as luzes apagadas (a única iluminação era voltada para o períneo da gestante). Mesmo na penumbra, os equipamentos de filmagem captavam com exatidão as imagens, que então passavam por um sistema de codificação para estabelecer as emoções na hora do parto.

A enfermeira notou que, quando há luz, parece mais difícil para a mulher entrar em contato com esse lado primitivo, essencial para trazer o bebê ao mundo – possivelmente porque ela se sente vigiada. “Para nossa grande felicidade, em ambos os grupos foi interessante perceber que, após o nascimento, 100% das mulheres exprimiram alegria, por mais dificultoso e sofrido que tenha sido o parto”, revelou.

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Tem como fazer parto sem dor ?
E qual é o preço?

existe sim possibilidade de ter parto sem dor.... com parto cesárea, realizado uma raquianestesia... é possível não sentir dor no parto... mas se optar pelo parto normal, também poderá ter um parto sem dor, com anestesia duplo-bloqueio que é uma anestesia raqui com peridural e cateter, que permitira andar, dançar e fazer exercícios para ajudar na dilatação do colo e descida do bebe... converse com seu medico no prenatal.... a disposição.

Atualmente existe o chamado Parto Normal Humanizado onde se tenta usar outras maneiras diferentes de aliviar a dor do trabalho de parto e do parto normal além da realização de Analgesia de Parto que consiste em fazer uma anestesia nas costas, Raquianestesia com catéter peridural combinado para aliviar assim o desconforto das contrações e dilatação do colo uterino. Existe um momento certo geralmente, mais no final do trabalho de parto para se realizar essa anestesia e assim não correr o risco de cortar as contrações uterinas e dificultar o Parto Normal aumentando consequentemente as chances de uma cesariana. O ideal para o sucesso e satisfação no parto normal será você fazer uma preparação adequada para o Parto passando numa fisioterapeuta obstétrica durante o pré-natal para avaliação do seu períneo e assoalho pélvico, praticando exercícios específicos com o objetivo de facilitar a expulsão do bebê e o nascimento.

Converse com seu médico obstetra.

Olá! Totalmente sem dor não. A analgesia de parto (quando BEM feita) não deve retirar toda a dor, mas sim, aliviar bastante. Quando a dor é totalmente retirada, o parto geralmente se torna muito mais prolongado e com risco mais alto de virar uma cesariana. Além disso, não é recomendado recorrer a analgesia de parto logo no primeiro momento e sim aguardar o limite de cada parturiente. Os valores variam muito de cada cidade e hospital, não sendo possível eu lhe ajudar. Mas até mesmo em diversos hospitais do SUS já está sendo utilizada recorrentemente a analgesia do parto.

Recomendo muito!

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8 jeitos de reduzir a dor do parto

Respiração correta na hora do parto e exercícios durante a gravidez podem ajudar

Como não sentir dor no parto normal

Por Tyler Olson/Shutterstock

Dizem que uma das maiores dores que existem é a de parto. Porém, o conceito de dor muitas vezes é relativo. "A pior dor é sempre a que eu estou sentindo, mas a dor em si é algo muito difícil de mensurar", pondera a ginecologista e obstetra Telma Regina Mariotto Zakka, especialista em dor e coordenadora do Comitê de Dor Urogenital da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED).

Para a especialista, o mito vem desde a época em que a medicina ainda estava no início e as condições de nascimento ainda eram mais precárias e difíceis, com partos mais longos e mais riscos de morte para mãe e bebê.

Saiba mais: Parto normal: como é, vantagens, cuidados ao realizar e vídeo

"É um trabalho árduo do corpo da mulher e dificilmente vai acontecer sem que ela sinta absolutamente nada. A dor não é algo ruim, vejo como a mais verdadeira demonstração de que estamos vivas e do quanto somos fortes", enfatiza Samara Barth, doula e consultora perinatal.

No entanto, o obstetra Claudio Basbaum explica que o corpo da mulher é preparado para lidar com estas dores. "O parto normal é uma condição fisiológica durante o qual vão sendo liberadas substâncias analgésicas que criam um estado especial de consciência na mulher para que ela tolere este processo natural", detalha.

Saiba mais: É possível ter um parto normal depois de duas cesarianas?

A dor ocorre principalmente devido às contrações para empurrar o bebê. "Uma cólica menstrual provoca dor, pois o útero precisa se contrair para expelir o sangue, imagine então a força de um útero com mais volume, para expulsar um bebê inteiro?", explica o obstetra Marcelo Burlá.

Existe um fator que até hoje pode piorar a dor de parto: o medo do que vai acontecer. "Se a mulher chegar assustada para o momento de dar a luz e não souber como vai ser, ela vai ter mais dor, por estar tensa diante do desconhecido", considera a obstetra Barbara Murayama. Além disso, a dilatação do colo também pode ser dolorosa, por ser grande. "Em geral no primeiro nascimento ele primeiro diminui, ficando com a circunferência de um dedo, e dilata até cerca de 10 centímetros de diâmetro", considera o especialista.

Mas não se preocupe! Existem técnicas para reduzir a dor e algumas delas são bem diferentes. Confira as mais comuns a seguir:

A melhor forma de enfrentar o desconhecido é ter alguém amado ao seu lado, seja o parceiro, os pais ou alguma pessoa querida de quem está dando à luz. "Imagine chegar a um ambiente desconhecido e ficar ali sozinha? Existe até legislação dizendo que a mulher tem direito a um acompanhante na hora do parto", frisa a ginecologista e obstetra Telma Regina Mariotto Zakka, especialista em dor e coordenadora do Comitê de Dor Urogenital da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED). Ela ressalta, inclusive, que em muitos lugares a equipe médica pode ser hostil ou mal educada com a gestante, e ter alguém junto intimida esse tipo de ação.

Para o obstetra Marcelo Burlá, por mais que a paciente crie um vínculo com seu médico, o foco do profissional será o resultado do parto, e o acompanhante portanto tem um papel maior no conforto da paciente. Mas é importante que essa pessoa esteja preparada para ajudar, e acompanhe o pré-natal de perto pelos nove meses. "Para que entenda as fases do trabalho de parto, qual a interação com médico, quais os exames que serão feitos antes...", lista a especialista Telma. Na hora do desespero também é mais fácil ela ouvir a voz familiar do que atender algum comando do médico.

Saiba mais: Saiba o que esperar no trabalho de parto

Respirar é de suma importância para a vida, e também na hora de dar a luz. "Além de ser uma fonte de oxigênio, a respiração reduz a liberação de substâncias que pioram a dor e dá a mulher um controle emocional melhor", ressalta a obstetra Rossana Pulcineli, membro da SOGESP (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo) e professora associada de obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Mas o tipo de respiração muda conforme o momento do parto: na das contrações é melhor respirar lenta e profundamente, para oxigenar melhor o corpo da mãe e o bebê. Já no momento de expulsão, quando o bebê está saindo, indica-se a respiração cachorrinho, rápida e arfante.

Uma das funções do acompanhante pode ser justamente relaxar a gestante, e uma das formas de fazer isso é por meio de massagens, que colaboram com a hora do parto. "As contrações são esforços musculares e deixam a mulher inteiramente tensionada, por isso realizar massagens entre as contrações aumenta o conforto e o relaxamento", relaciona a obstetra Bárbara. Não precisa ser nada muito elaborado, podem ser apenas movimentos circulares com as mãos abertas pelas costas, nuca e ombros.

Muita gente nem desconfia, mas a mulher não precisa ficar na cama durante o trabalho de parto. Algumas maternidades são equipadas com bolas de pilates e cavalinhos, instrumentos que estimulam a movimentação da mulher durante o trabalho de parto.

De acordo com um estudo realizado na Escola de Enfermagem Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), essa movimentação reduz o tempo de parto, e com isso diminui também as dores. "De pé, a ação da gravidade ajuda a puxar o bebê, e a parturiente não fica apenas deitada na cama pensando na dor, mudando o foco", considera Telma Zakka. Além disso, os movimentos com a bacia podem ajudar. "Acredita-se que eles melhoram a posição do bebê na bacia", expõe o obstetra Burlá.

Aliás, ficar deitada durante o parto não é a posição mais interessante para mãe e para o bebê. De acordo com a especialista em dor Telma Zakka, são os médicos que mais se beneficiam com esse esquema, pois fica mais fácil puxar a criança, mas a parturiente sofre mais: "Estar deitada é uma posição antianatômica, pois obriga a mulher a fazer uma maior força abdominal do que ela faria sentada, por exemplo, aumentando a dor", considera a obstetra. Tanto que é assim que as mulheres davam à luz antigamente, de cócoras.

Fazer atividade física durante a gravidez ajuda a mulher a lidar com a dor. "O preparo físico ajuda em tudo, desde a respiração correta até o desenvolvimento de uma musculatura mais firme no abdômen, que dá a mulher mais controle do que está fazendo na hora do parto e também da dor", explica Bárbara. E não são apenas exercícios comuns que ajudam, existem treinamentos para a musculatura do períneo e pélvica que reduzem a dor e as chances de lesões na hora da saída do bebê. "Eles são feitos com orientação do fisioterapeutas especializados em assoalho pélvico, fortalecem a região dos músculos da vagina, para torná-los mas flexíveis e fortes", descreve a especialista.

Muitas maternidades que buscam a humanização do parto disponibilizam chuveiros ou banheiras para que as mulheres possam usar durante o trabalho de parto. ?Água morna ajuda no relaxamento muscular, por isso bolsa de água quente, banho e banheira são tão bem vindos para a maioria das mulheres?, explica a doula Samara.

A forma mais óbvia de reduzir a dor é usando anestesias, e pode ficar tranquila, pois elas podem ser usadas também no parto normal. O tipo de anestésico varia de acordo com o momento do parto em que será aplicado. "Podemos fazer na hora em que o bebê está saindo, no caso raquidiana no períneo e nas pernas; ou, a partir de uma certa dilatação no começo do trabalho de parto, pode ser dada a peridural, que tira a dor mas permite a movimentação", enumera a obstetra Barbara.

Elas também podem ser misturadas no chamado duplo bloqueio. E caso seja preciso abrir um pequeno corte na vulva para que o bebê saia, a chamada episiotomia, é feita também uma anestesia local.

"Com um bom preparo para o parto, uma mulher consegue parir sem episiotomia e sem anestesia. No entanto, uma mulher que está com um sofrimento ou desconforto grandes pode pedir que dêem anestesia", explica Claudio Basbaum.

Há quem pense que optar por cesarianas seria um modo de evitar a dor. Hoje em dia essa via de nascimento tem sido usada diversas vezes, mas o ideal é que ela seja executada apenas em algumas situações especiais ou em partos de risco.

"As cesáreas são uma intervenção maravilhosa de salvamento do bebê ou de mãe, mas que não pode ser transformada em rotina", explica Basbaum. Por ser uma cirurgia, o procedimento oferece muito mais riscos como infecções e lesões de órgãos. Além disso, pode não ser dolorida no momento em que é feita, por conta da anestesia, mas sua recuperação envolve dor e incômodos.